sábado, 14 de junho de 2014

Sobre coxinhas, vaias e ofensas

Cada vez mais tenho preguiça de entrar no facebook. E isso acontece porque cada vez que abro minha timeline sinto o cheiro enjoativo da gordura usada para fritar as coxinhas que cada vez mais bradam seus insultos e "revoltas".

Discordâncias políticas e discussões são sempre bem-vindas. Mas o problema é que essa pseudo-elite que tem urrado nos últimos tempos, carrega em seu discurso um rancor, um recalque, um ódio cego e sem sentido. 

Pessoas que descarregam sua raiva contra os metroviários em sua (legítima) greve afirmando "Tem que demitir mesmo esses vagabundos", de dentro de seus carros com ar condicionado, sem conhecer a real situação daqueles trabalhadores que levam nas costas um aparelho sucateado, sem nenhum tipo de conforto à população. Pessoas que aplaudem de pé as ofensas proferidas à presidente (feita por uma elite rica, branca, e que só estava lá, curtindo a Copa por conta dos esforços, trabalho e morte de pessoas pobres, que não puderem nem chegar perto do estádio no dia, local que -  olha só, que irônico - é a periferia dessa cidade, onde muitas dessas pessoas que tanto trabalharam pra esse evento acontecer, devem morar), acreditando que isso seja uma forma legítima de manifestação, mas que não passa de falta de educação. Pessoas que cobram da presidente coisas como saúde, educação, transporte de qualidade, mas que não se dão ao trabalho de pesquisar quais são as reais atribuições das instâncias federal, estadual e municipal do governo. Pessoas que bradam, com baba de ódio nas bocas "Queremos Educação!", mas que quando professores fazem manifestações e greves em busca de melhores condições de trabalho, chamam os manifestantes de vagabundos e reclamam que eles estão atrapalhando o trânsito... Por que mandar a presidente tomar no c*, enquanto a USP, referência mundial no ensino está quebrada por mau uso da verba recebida, administrada pelo governo estadual (do PSDB)? Que tal também mandar nosso governador tomar alguma coisa, em algum lugar? Não... ninguém merece ser ofendido nesse nível tão baixo...

Essas pessoas fazem parte dessa "elite classe média", que tem acesso à educação e saúde privadas, se dizem indignadas com a atual situação do país, mas nunca devem ter se dado o trabalho de saber como é a situação dos pobres, se ela melhorou ou piorou, que pisaram pela primeira vez na periferia para assistir o jogo de abertura da Copa, pagando quase mil reais num ingresso, e postando selfies nas redes sociais durante o percurso "exótico" do trem ou da linha vermelha do metrô. Esquecem (ou preferem nem saber) que milhares e milhares de pessoas passam por aquilo todos os dias, gastando horas num trem apertado e sem conforto.

Será que alguém já se deu o trabalho de perguntar para a empregada da casa como está a vida dela? Como ela se sente de ver o filho poder entrar na faculdade graças ao ProUni?  

Acho sim que existem muitas falhas no governo Dilma, mas não acho que xinga-la num momento de raiva descontrolada seja algo positivo para a democracia. Pessoas que fazem oposição de maneira legítima e buscam, de verdade, tentar melhorar a situação do país, não caem na armadilha fácil da ofensa pessoal, da baixaria. E essas pessoas, são justamente chamados de "baderneiros" e "vagabundos" por aquelas pessoas que acharam bonito mandar a chefe de Estado, legitimamente eleita pelo povo, tomar no c*.

E além de ser representante máxima do nosso país, cabe lembrar que Dilma é, antes de tudo, mulher, mãe, avó. E a atitude de insulta-la daquela forma, só reafirma mais uma premissa dessa nossa classe média: Ela é machista. Pois se soa natural ofender uma mulher para o mundo todo ouvir, é porque eles acreditam que a mulher não merece respeito. Eu fiquei horrorizado com aquilo, como ficaria se alguém mandasse tomar no c* minha mãe, minha avó, ou qualquer outra mulher próxima a mim. Ou qualquer outra mulher. 

A presidente e todas as pessoas rechaçadas por essa elite tem minha solidariedade, independente de concordar ou não com a maneira que conduzem as suas obrigações. E eu me solidarizo pelo simples fato de, apesar de serem constantemente atacados por esse coxinismo, continuam mantendo a dignidade, sem se render à baixaria da nossa gente "fina, culta e educada". 



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sobre fãs exaltados e extremistas

Fãs terroristas existem desde que existe a arte
Já de alguns dias, eu tenho me perguntado, quase que constantemente: Existe coisa mais chata que fã? E eu explico meu questionamento.

Em primeiro lugar, queria deixar bem claro que não tenho absolutamente nada contra as pessoas que admiram artistas. Eu mesmo tenho meu carinho especial por alguns deles. Chico Buarque, Clara Nunes, Maria Bethânia, Kiko Dinucci, Guimarães Rosa, e alguns outros que o digam. O problema é quando a linha tênue que separa a admiração da obsessão é destroçada. É aí que o bicho pega!

Os fãs viram criaturas assustadoras, possuídas pelo ritmo Ragatanga, e se tornam seres cegos, como zumbis, que tem como única missão na Terra "defender a honra" de seus ídolos. E aí, como diria a musa Valesca Popozuda, "é só tiro, porrada e bomba". Nesse caso, é melhor sair da frente e salvem-se quem puder. 

E a nossa amada internet, essa terra de ninguém, esse universo paralelo em que paira a impunidade e que cada um pode falar o que bem entende (olha eu aqui reclamando... O que seria de minhas chatices sem a internet?) é apropriada por essa horda de fãs terroristas, que a usam como instrumento para cumprir sua missão dada por algum tipo de força superior dominadora de mentes.

Primeiro eles começam mansinhos, tomando as redes sociais de forma "inofensiva". Hoje mesmo, eu que sou "amigo" de uma famosa cantora da MPB no Facebook, vi minha timeline invadida por diversas montagens de gosto duvidoso de fotos dessa cantora com seus fãs, e em todas a pobre cantora foi marcada. Por mais que eu rolasse a página pra baixo, nada mais aparecia além das terríveis imagens de "bom dia", "feliz aniversário" (dos fãs) e outras coisas do tipo. Se eu me senti incomodado com isso, imagina a coitada da cantora.

Mas, chega um momento em que os ânimos se exaltam, e se alguém ousa mencionar uma vírgula que seja contra o amado ídolo, essa pessoa que se prepare, que lá vem um bombardeio de insultos. E esses xingamentos, são os mais baixos possíveis. Ontem mesmo, eu fiz um simples comentário na foto de uma famosa cantora no Instagram, que os fãs só faltaram chamar minha mãe de santa. Um deles, inclusive, foi xeretar meu perfil, para encontrar munição para me atacar. E não é que o garotinho era evangélico? Quando viu minhas fotos, o que ele deduziu? Que eu o próprio Satanás na Terra! Pronto! Era esse o motivo pelo qual eu estava criticando a tal cantora: Ela é "de Deus" e eu, enquanto endemoniado não podia aceitar aquela alma de luz, então precisava atacar. Ele também falou que eu estava querendo aparecer em jornais, e por isso estava fazendo tais críticas... Detalhe fundamental: Apesar da crítica, eu adoro a tal cantora.
Á lá, eu querendo aparecer em jornais... que coisa feia!
Daí, outro questionamento surge na minha cabeça: O que realmente motiva uma pessoa se cegar a ponto de atacar tão brutalmente (mesmo que no campo virtual) uma pessoa que ela nem conhece, que nunca viu e nunca vai ver na vida, em prol da defesa de alguém que ela também não conhece, que nem sabe que seu "defensor" existe. 

Até que ponto nossas vidas estão tão esvaziadas e consumidas pela loucura da vida contemporânea, que precisamos buscar conforto na falsa proximidade com quem gostaríamos de ser? Por que nossas vidas são tão insignificantes, que precisamos tentar viver a vida do outro, o que tem fama, glamour, dinheiro, e eu me abstenho de meus próprios anseios pra defender o inatingível. E podemos pensar também, que esses ídolos não precisam de defesa, né? Eles já são bem grandinhos, e se não podem ouvir críticas, é melhor mudar de profissão. Se bem que todos nós, independente do que fazemos e nossas vidas em algum momento ou outro iremos ouvir algum tipo de crítica. É triste isso essa fuga da realidade, não é? Acho que a minha questão lá do começo pode ser mudada de "existe coisa mais chata que fã" para "existe coisa mais triste do que pessoas que querem viver a vida do outro?".

Enquanto isso as louças sujas se acumulam pelas pias por ai...

E agora chega de blá-blá-blá, que na minha pia também tem louça suja pra lavar.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A fantástica arte de não saber se comportar em shows

2014 começando com tudo!
Eba! Primeiro post da Casa em 2014, e já começando com muito mau-humor! rsrsrs

Esse começo de ano já está movimentado em minha vida “baladeira” vamos assim dizer... 

Quem me conhece, sabe que minhas baladas se resumem a shows do SESC, com horário para começar e terminar. Sempre sabendo que, no máximo, às 23h00 já estarei a caminho de casa, onde minha cama quentinha estará a minha espera! 

E nesses poucos dias que janeiro contabiliza, já pude estar em dois shows de grandes nomes da música brasileira. E os dois, coincidentemente foram no mesmo palco. O SESC Pinheiros foi o lugar, e os shows foram de Arlindo Cruz e Lenine.

Dois artistas importantes, com carreiras consolidadas, perfis de público completamente diferentes, mas uma coisa em comum: O público sem educação!

E, é claro, que isso não é culpa dos artistas. Acredito que seja mais uma tendência da contemporaneidade (palavra chique, né?), já que isso se repete nos mais variados programas em que se reúnem mais de três pessoas. 

Exatamente as mesmas coisas acontecem em shows, peças de teatro, espetáculos de dança, quem sabe até na missa... Eu vejo mais em shows, afinal são os que mais frequento. Faz tempo que não vou à missa!

E a tecnologia é uma grande aliada e cúmplice na falta de educação do público. Sem ela muitos desses comportamentos desagradáveis, certamente não aconteceriam.

Mas o que fazem esses fãs? Como sobrevivem com seus hábitos desagradáveis? Por que incomodam tanto quem está em volta? Saiba sexta, no Globo Repórter!

Mentira! Eu mesmo (às vezes conhecido por Garoto Enxaqueca, devido ao meu 'bom humor' constante) fiz uma listinha com as coisas que tenho percebido nos últimos programas “culturais” que fiz:

- Gritos histéricos e sexualmente explícitos

Toda a sensualidade de Arlindo Cruz.
100% Sexy
Não importa em qual show você está. Pode ser do Justin Timberlake, do Chico Buarque, ou do Arlindo Cruz... Tanto faz! Lá estarão elas. As fãs que a cada intervalo de música soltam os estridentes gritos de “Lindo!”, “Gostoso!”, “Maravilhoso!”, "Tesudo!" "Oh, lá em casa!"... Por quê? Eu me pergunto. Pro Arlindo Cruz? Ok, ele pode ser muito carismático, mas “Gostoso” não é o melhor adjetivo para classificar o sambista. Então, fica a dica: se você não tiver no máximo 15 anos e não estiver no show da sua Boy Band favorita, simplesmente NÃO há motivos para soltar esses gritos em shows.



- Luzes de Smartphones

Assim que me sinto quando alguém mexe no celular
do meu lado em um show
A pessoa paga pelo ingresso pra ver o cara. Ela  está lá. Ou seja, se dispôs a sair de casa, se arrumou, pegou trânsito, transporte público lotado, e os carambas. Subentende-se que gosta do artista que vai se apresentar, certo? Pois bem, a pessoa chega lá e quando o show começa, o que ela faz? Saca seu smartphone da bolsa (bolso, chapéu, qualquer outro buraco) e fica fazendo o que? Qualquer coisa, menos prestar atenção no palco. Ela conversa com azamigue no whatsapp, checa Facebook, curte foto no Instagram, caça no Grindr e afins, joga Candy Crush e sei mais lá o que... E o artista, coitado, acha que tá abafando, e o público nem atenção tá prestando. Então por que vai, né? Pra ver email, faz em casa. Lá, pelo menos, a luzinha não vai ficar na cara e incomodando quem tá do seu lado.

- Toca aquela

Por que essas pessoas que insistem em ficar gritando nomes de música nos shows? Não é difícil entender que os shows têm um roteiro pré-estabelecido, que configuram o projeto atual do artista. O repertório é pensado, amarrado, com as canções interligadas. E já está pronto! Além disso, o show passou por um processo de ensaios, para se adaptar a configuração sonora que a banda está no momento. Então, não adianta ficar gritando “Toca aquela”, no meio do show porque, se ela não estiver no repertório, muito dificilmente o artista vai abrir uma exceção só pra atender o desejo narcisista de um ou outro fã chato na platéia. E provavelmente é aquele mesmo que há 5 minutos tava lendo o email no celular. E se você só foi ao show pra ouvir aquela música que tocava na novela, e é o maior sucesso do artista, fique tranquilo, que nem que seja no bis, ele vai cantar...


Se a luz do show não é suficiente,
leve um farol de milha!
- Filmes, fotos, flashs, luzes, e o escambal

É impressionante a quantidade de pessoas que ficam o SHOW TO-DO fotografando, filmando, botando a foto nas redes sociais... Não vou falar que eu mesmo não tiro fotos. É claro que tiro, mas não fico o tempo inteiro fazendo isso. Eu geralmente deixo pra fazer no bis... Mas o mais legal é quando acontece o que aconteceu comigo no show do Lenine. Uma senhora muito distinta (pra não usar outro adjetivo) que estava sentada atrás de mim decidiu filmar uma canção inteira, no momento mais intimista do show, com uma luz baixa no palco, quase penumbra. Só que ela acendeu um flash que parecia iluminação de estádio de futebol!! Eu não resisti e fiz um lindo passarinho de sombra com as mãos na cara do Lenine, pra ver se a sonsa se ligava que tava atrapalhando... Mas não! Ela insistiu até o final da música. E outra: dessas muitas e muitas pessoas que filmam o show inteiro, quantas assistem a gravação depois? E quantas vezes? Duvido que a resposta para essas duas perguntas seja um número grande... Então, pra que deixar de prestar atenção no show pra filmar, sendo que você nem vai assistir depois?
Aliás, Lenine, se você ler esse texto, foi mal pelo passarinho, mas foi irresistível...  :( 

Isso tudo sem falar nas comilanças, conversinhas, excesso de perfume (isso é realmente grave, principalmente se o perfume for doce...), falta de noção e respeito total.

Realmente queria saber o que ocorre com esse povo que parece que está desaprendendo a conviver na coletividade. Afinal, a pessoa tem todo o direito de fazer todas essas coisas que o chato aqui relacionou aí em cima, desde que não atrapalhe quem tá do lado, né? Será que teremos um dia em que os shows serão transmitidos através de wi-fi direto nos nossos fones de ouvido de smartphones ou tablets? Quem sabe assim, no isolamento, as pessoas voltem a ser mais educadas, não é?

Ou então, acho que vou publicar um ‘Manual de boas maneiras e comportamento em locais públicos’... Quem sabe não faço uma graninha com isso? Talvez ninguém leia, mas pode ser um Best-seller!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O dia que virei machista, estuprador e assassino

A internet é realmente um território de ninguém. Na verdade ele é um território de todo mundo. E eu pude sentir essa liberdade gozada por todos, vir como uma paulada na cabeça, nesse começo de noite quente, com um linda lua sorridente pairando sobre o céu de azul intenso.

E por que estou cheio de mimimi sobre a internet? Justo eu que fico o dia todo, todo dia, conectado a essa rede de infindas possibilidades, hoje reclamo tanto dela?

Sim... Tive um baque muito grande. Um murro no meio do estômago vindo de uma desconhecida e que me desestruturou a ponto de me inspirar a escrever um novo texto. Talvez como forma de expurgar essa sensação estranha que estou sentindo, um misto de tristeza e revolta, que preciso por pra fora. Tomara que pelo menos o texto seja legível.

"Mas o que aconteceu?", perguntam os meus milhares e milhares (risos) de leitores! Calma, eu explico.

Tudo começou quando o site "A Olga" divulgou uma pesquisa mega interessante sobre assédio moral/sexual sofrido pelas mulheres. E dentre as terríveis constatações da pesquisa está que 99,6% das mulheres que foram entrevistadas já foram vítimas de alguma forma de assédio. Para ler a pesquisa completa, é só clicar aqui. ;) 

Pois bem, e eis que o link foi publicado em um perfil do facebook e eu, que fiquei chocado com os depoimentos que constam na pesquisa, fiquei particularmente enojado com o caso abaixo:

"Ouvi um cara começar a me chamar de gostosa na rua e ignorei. De repente, o cara veio se chegando pro meu lado no ponto de ônibus, com o pau pra fora, batendo uma punheta pra mim, me chamando de gostosa. Entrei no primeiro ônibus que encostou, nem vi para onde ia, só pra fugir do safado. Quando cheguei em casa chorando, minha mãe perguntou o que tinha acontecido. Depois que contei, ela perguntou: 'E o que você fez pra provocar o homem, ele não colocou o pau pra fora à toa'. Depois disso, nunca mais contei nenhum episódio de assédio, abuso ou qualquer outra coisa pessoal que aconteceu comigo."


E eis que, eu revoltado e com minha ingenuidade de bom moço (às vezes eu sou um bom moço, eu juro!), comentei que a tal mãe do depoimento acima citado havia sido insensível com a filha que estava fragilizada por conta da violência que acabara de sofrer.

E a guerra foi declarada! Esse foi o estopim para a estranha, desconhecida gritar na minha cara: MACHISTA!
Aê Emicida! Tamo junto no machismo!

Machista, eu? Jura? E ela continuou: além de machista, eu era um grande opressor do pensamento alheio e que me acho superior às mulheres e que eu não havia sido criado para sentir culpa, como as mulheres. 

E a mulher (e outras, que depois também entraram na conversa), começou a utilizar termos e fazer acusações muito pesadas para mim. "A mãe, mulher, não é culpada de nada nesse caso. Culpado é você, por ser homem e que mata e estupra incondicionalmente" foi uma das coisas que li, dirigidas diretamente a mim. 

Poxa, como uma pessoa que não sabe absolutamente nada de mim, a não ser meu nome, ver uma foto de perfil de rede social, e algumas pouquíssimas frases proferidas na superficialidade do facebook pode colocar no dedo na minha cara e gritar: ASSASSINO! ESTUPRADOR!?

Achei ofensivo, acho que ela deveria apagar.

"É muito fácil culpar uma mulher numa matéria sobre assédio. A culpa não é dela, é sua..." disse uma das mulheres para mim.

Ora, eu não não estava defendendo o cara nojento do ponto de ônibus. Muito menos estava culpando a vítima. Sequer estava acusando a tal mãe de machista, ou de péssima mãe, ou de qualquer outra coisa. Nem entrei na discussão de gênero. Pensei exclusivamente na insensibilidade de um humano para com outro humano.

E cá estou eu, me sentindo a pior das criaturas do mundo. E vendo como as vezes a humanidade esquece que é humana. E se veste com a máscara da coragem na internet, e se acha no direito de julgar, ofender, criticar e magoar as pessoas que nunca virão nem irão ver na vida. Mas é sempre válido lembrar que atrás daquela fotinho tem uma pessoa de verdade, que tem sentimentos.

E Oyá, senhora da minha cabeça, sabe que o
coração é bonzinho.
Eu poderia escrever mais coisas que estão passando pela minha cabeça nesse momento sobre esse caso, mas vou me privar... Uma que acho que já tá longo demais, outra que não vou me vitimizar, me fazer de coitadinho por causa de comentários de pessoas que não são importantes pra mim.

As pessoas próximas sabem da minha índole, do meu caráter e do meu carinho pelas mulheres (e pelos homens também). Eu respeito as pessoas, independente do que elas tem no meio das pernas!

Mas nesse processo todo, me lembrei muito de uma música do Chico César (que nem sei porque lembrei) mas que me reconfortou nessa grande surpresa que se (a)bateu sobre mim: "Será deus ou deusa? Que sexo terás? Mostra teu dedo, tua língua, tua face. Deus dos sem deuses..."

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O papa, os gays e a aceitação

Papa Francisco em sua visita ao Brasil
Hoje o dia acordou ensolarado, mais quente que os anteriores e cheio de alegria. E a timeline das minhas redes sociais acordou, celestial, podemos dizer assim. Cheias de fotos e imagens do papa Francisco, e grande alarde por causa da entrevista que ele concedeu em seu trajeto de volta a Roma, após sua estadia de uma semana em terras tupiniquins para os eventos da JMJ.

E todos e todas que estavam exaltando a figura do sumo pontífice se regozijavam, particularmente, com uma determinada frase: "Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-la?", disse o santo papa.

Ponto para ele! E dá-lhe compartilhamentos da entrevista bombástica por todos. E são todos mesmo: gays, héteros, católicos, cristãos, não cristãos, ateus... Todos felizes com o posicionamento do velho Chico, e esperançosos que a Igreja Católica assuma uma postura mais aberta com relação à diversidade sexual e seja o ponto de partida para outros assuntos tão polêmicos quanto esse. Eu particularmente duvido muito, mas quem sabe, não é?

Mas o que eu realmente me perguntei nessa manhã de segunda foi: Por que as pessoas precisam dessa “aceitação” do papa? O senhor Francisco é um velhinho carismático (tudo que seu antecessor não era...), cheio de energia, muito simpático, etc e tal. Mas é o grande líder político e espiritual de um determinado segmento religioso. E que nem é mais a maioria esmagadora do Brasil. E certamente não é da maioria das pessoas que compartilharam o posicionamento “revolucionário” do papa. Pelo menos os que estavam na minha timeline.  Então pra que essa comemoração exagerada de que ele não pode julgar gays? É claro que ele não pode! A meu ver, nem Deus pode julgar um gay por ele ser gay, afinal foi o próprio Deus que criou o homossexual como tal. Sem falar que me soa implícito que em tal declaração está liberado o julgamento daqueles outros muitos gays que "não aceitam" Deus de coração. Pelo menos não aquele Deus judaico-cristão que está nos domínios do sumo sacerdote.

Aliás, em minha opinião, a declaração nem é tão revolucionária assim... A Igreja sempre foi “politicamente correta” em não condenar a pessoa, e sim seus atos. Afinal, mais vale uma ovelha pecadora do que nenhuma ovelha, não é? E ouvimos o mesmo velho, ultrapassado e mofado discurso que temos visto com freqüência na boca de outros líderes religiosos aqui no Brasil, que propagam por ai que “amam os pecadores e não seus pecados”, e que querem curar os que caem na tentação pecaminosa.

E esse discurso de não julgamento vindo da boca do maior nome da Igreja Católica, não me soa uma verdadeira aceitação. Parece-me piedoso.  E me desculpe o santo papa, por mais simpático que ele seja (e eu realmente, do fundo do meu coraçãozinho de gelo, acho o senhor Jorge/Francisco muito simpático) não quero a misericórdia e piedade dele. Nem a de ninguém. O que eu e todas as pessoas do mundo precisamos é de respeito, independente de qualquer coisa.

Desmond Tutu
Piedade, dó, são dois terríveis sentimentos. É deixar rebaixado à inferioridade alguns que deveriam ser iguais. É até cruel sentir dó de alguém. É arrogante. E foi isso que o papa demonstrou em sua entrevista no caminho de volta. É ver os gays como coitadinhos, que são errados, nasceram tortos, mas que são aceitos dentro da vida santa, desde que abandonem sua vida de pecado. Sejam, mas não vivam! Você pode ser gay, desde que não pratique isso. Aí sim, pode entrar no reino de Deus. 

Nesse ponto, estou mais de acordo com outro religioso que andou soltando o verbo por esses dias. Como disse o ex-arcebispo da Igreja Anglicana da Cidade do Cabo, Desmond Tutu, “prefiro o inferno a um paraíso homofóbico”. Ou que seja falsamente tolerante, eu complementaria.

terça-feira, 9 de julho de 2013

O caso do "Boy Magia"

Eu e minha polêmica camiseta
Hoje, pela primeira vez, usei minha nova camiseta, com a estampa "Boy Magia". E confesso que foi uma experiência bem interessante.

Primeiro, é preciso dizer que tem que ter muito carão pra usar a tal camiseta, afinal, usar "Boy Magia" estampado no peito, é o mesmo que dizer: "Olá! Tudo bem? Eu sou viado!". E isso vai trazer algumas consequências.

A reação das pessoas é a mais divertida delas. Elas aconteceram aos montes e das mais diversas formas possíveis. 

A primeira delas (e que foi a maioria) são os sorrisos constrangidos e as risadinhas veladas. Até aí tudo bem. É o preconceito nosso de cada dia mostrando sua face oculta. Que apesar de ter sido demonstrado de alguma forma, continua velado sob a máscara da tolerância.

Depois, que também foi em grande quantidade, foi a de grandes sorrisos e risadas cúmplices, de outros garotos gays que adoraram a camiseta (talvez mais como simples objeto fashion do que pela carga social e política que ela pode representar). Nesse meio também vieram as numerosas e bem-humoradas cantadas. Algumas simples e descontraídas como "Nossa, imagina esse boy magia lá em casa..." até outras mais ousadas que nem ouso reproduzir nesse espaço...

Mas entre mortos e feridos, as piores reações foram as que revelaram extremo preconceito. E ele veio de todos os lados, até mesmo de quem eu, particularmente, dentro da minha cabecinha ingênua, não esperava. 

Primeiro vieram os preconceitos básicos, dos manos do Bixiga gritando "Lá vai o viado!". Mas até aí tudo bem, afinal não foi a primeira vez nem será a última que vou ouvir isso dos manos do Bixiga. Depois vieram os "Lá vai o viado" dos garotos cultos e educados de Pinheiros, que falavam isso enquanto esperavam de mãos dadas com suas namoradas super maquiadas na imensa fila de espera da abertura da loja da Sephora instalada no shopping Eldorado. 

Depois,mais olhares tortos, de desprezo, alguns até de nojo. E também as caras de interrogação dos senhorzinhos e senhorinhas que deixavam claro que não faziam ideia do que significa "Boy Magia".

Mas o que mais me assuntou (to falando que sou ingênuo), foi o preconceito que eu senti de outros gays. Os fashionistas, ratos de shopping que acharam um absurdo EU estar usando a fatídiga camiseta. E não se controlavam em fazer seus comentários maldosos, em alto e bom som para que eu ouvisse suas opiniões (tão carregadas de preconceito). #Chatiado! (só que não...)

Eles não perceberam a ironia da minha belíssima peça de roupa. Além de ser uma camiseta que eu achei muito bacana (fiquei radiante quando fiz essa peça), ela é, pra mim, muito mais que uma peça de vestuário. 
Primeiro, ela é uma reafirmação de uma identidade de gênero. Ela é sim o "Olá! Tudo bem? Eu sou viado" que mencionei lá no primeiro parágrafo. E isso é uma postura ideológica de quem vive num país em que ainda se discute a possibilidade de "curar" gays. Isso é um ponto que não foi compreendido.

Mas também tem outro ponto. Essa camiseta é, para mim pelo menos, uma forma irônica de ver a homossexualidade dos dias de hoje, em que os pensamentos e estética são padronizados. Os grupos (mesmo dentro de grupos) devem ser mantidos e respeitados. Não se pode romper fronteiras invisiveis - mas muito nítidas - do que a sociedade espera de você. Cada um no seu quadrado, como diria uma grande canção que foi moda tempos atrás.

Afinal, eu, um quase ex-garoto (ora, eu já tenho 30 anos!), pançudinho, descabelado,com a barba toda descuidada, sem grandes pretensões de ser um ícone fashion ou ser altamente desejável pelo próximo, não poderia ostentar o termo "Boy Magia" no peito. Eu sou justamente o contrário do que se espera desse do seleto grupo de "Boys Magia".

O Ken sim, poderia usar uma camiseta escrito "Boy Magia"
E como disse, não tenho pretensões de ser da moda. Não espero ser aceito por grupos, que pra mim, na verdade e sendo bem sincero, não dizem absolutamente nada. Mas confesso que foi interessante como o preconceito corrói com seus dentes podres as mais variadas almas da sociedade. Até mesmo daquelas que são tão vítimas dessa mesma arcada dentária.

Mas, no final das contas, o que realmente importa é que continuarei a usar minha linda camiseta, mesmo que tenha que ouvir os gritos de "Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni!" pelo meu caminho. E também que meu passeio pelo shopping Eldorado, nessa tarde fria e chuvosa de feriado me proporcionou um almoço gostosinho, algumas compras e muitas reflexões. 

sábado, 6 de abril de 2013

A espetacularização do cotidiano


Ontem, precisei passar por um pequeno procedimento cirúrgico. O último dente do siso finalmente foi extraído. O mal foi retirado (literalmente) pela raiz. E agora cá estou eu, sem poder fazer nada, sem poder comer direito, sentindo vontade de comer tudo, de ovo frito a beterraba. De comida japonesa a ovo de páscoa. E sentindo dor. Muita dor.

Certamente, meu dente não era
simpático como esse...
Mas a exposição de meu momento, nessas linhas acima, aconteceu por outro motivo.

Ontem, ao sair do dentista, ainda flutuando por conta da anestesia, me sentindo o garotinho daquele vídeo viral, e "o pedaço arrancado de mim" no bolso da minha calça, não via o momento de fotografar meu belo dente para postar em minhas redes sociais. Graças ao deus do bom senso, naquele momento desisti dessa ideia mórbida.

Mas a questão que veio a minha cabeça foi: Por que, nesses momentos de velocidade da informação, temos essa necessidade de expor nossa vida em todos os canais de comunicação que temos. E são muitos.

Vivemos um momento, meio assustador até, em que somos obrigados a fazer parte desse mundo virtual. Precisamos nos sentir incluídos nesses meios modernos.

E para isso, expomos o que temos para mostrar, ou seja, o que vivemos em nosso cotidiano. E dá-lhe fotos de comida, de ônibus cheios, roupas novas, e até, vejam só, um dente extraído. E não para por aí! Também somos brindados com desabafos sobre os colegas mal humorados de trabalho, inícios e fins de relacionamentos, bebês que estão por vir, bebês que já chegaram e toda a sorte de eventos cotidianos que todos nós, um momento ou outro também vivenciamos. Direta ou indiretamente.

Mas o que eu realmente me pergunto é se temos verdadeira audiência para todas as coisas de nossas vidas que NÓS achamos incríveis? Eu achei muito legal ver meu dente ainda sujinho de sangue. Mas a centena de amigos que tenho no facebook queriam ver tal parte do meu corpo? Ainda mais pensando que de todos esses amigos, se eu conheço efetivamente um terço é muito. Por que precisamos expor nossas vidas para pessoas que nem conhecemos de fato?

Pratos de comida: O maior hit das redes sociais

Também não sei a resposta, e provavelmente não vou parar de me expor também... Mas vou tentar mostrar só coisas que possam ser interessantes para pelo menos duas pessoas, além de mim. Acho que pode ser mais bacana se for compartilhado por mais alguém além de mim mesmo. A Egotrip pode ser ligeramente menor.

Obs: Escrevi esse texto enquanto assistia "Chegou Honey Boo Boo", o exemplo mais bizarro e exagerado de exposição da intimidade

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O trabalho doméstico e a sombra cultural da escravidão

O trabalho doméstico mantem resquícios escravocratas 

No texto anterior, quando escrevi sobre o “caso Joelma”, comentei sobre o espírito elitista que paira sobre nosso país. Ontem, voltei a pensar em tal assunto, quando no meio de uma conversa durante o almoço, o assunto sobre a PEC das domésticas entrou na roda. E pude perceber que esse espírito se revela maior e mais forte em nossa sociedade, e carregado de heranças escravocratas (eu sei que o termo é forte, mas nesse caso não tenho como utilizar outro).

Porque só essa mentalidade antiga e ultrapassada para explicar que uma sociedade acredite que nós, os membros da classe média/alta culta e esclarecida, é digna demais para executar certas tarefas. Que atividades domesticas são para subalternos inferiores, que nosso belo corpinho deve ser usado para coisas mais elevadas do que fazer faxina.E mais, que existam inúmeros dessas pessoas inferiores, que são designadas por Deus, ou pela sociedade, para realizar tais tarefas e ainda estar a nossa plena disposição para nos servir. E, por fim, achar natural pagarmos muito pouco (ou quase nada) para essas pessoas que deixam de lado suas vidas pessoais, desejos e vontades, para estar à disposição dos mandos e desmandos dos "superiores".

No meio do turbilhão, os elitizados, finos, chiques e refinados se deparam com o absurdo de o governo tomar medidas para que os trabalhadores domésticos tenham os mesmo direitos que todos os outros tipos trabalhadores. Indignação no ar! Meios e tentativas de tentar burlar o sistema e não pagar todos os direitos garantidos por lei. Afinal, o Brasil é o país do jeitinho! Somos treinados a tentar enganar os sistemas, mas somos incapazes de varrer um tapete. Só pensamos em como esconder nossas sujeiras debaixo dele.

Mas esse pensamento é meramente uma questão cultural. Eu sou um exemplo disso!

No período de minha pós-infância, pré-adolescência, mesmo quando as vacas de casa eram mais gordinhas, nunca tivemos empregada. E mais: eu sabia que às segundas feiras, minha função ao levantar era tirar o pó e passar aspirador na sala, no meu quarto e no quarto dos meus pais. Enquanto isso, minha mãe se ocupava em lavar as roupas de nós quatro. Após ter minhas tarefas realizadas, tomava banho, almoçava, a tarde ia pra escola, e fazia todas as coisas que toda pessoa de 12, 13 anos faz. O mesmo acontecia com minha irmã, que também tinha suas tarefa no horário inverso ao que estudava. Nessa época também aprendi a cozinhar, a pregar botão, costurar... Nunca me senti menos homem ou inferior a ninguém por realizar tais tarefas. E minha mãe (minha grande heroína) não teve a inciativa de incentivar a gente a fazer tais serviços apenas para diminuir sua carga de trabalho de dona de casa. Ela estava tentando criar pessoas melhores. E acho que ela conseguiu.

A imagem de Debret ainda se reflete nas casas brasileiras do século XXI
Anos mais tarde, aos 20 anos, quando fui morar sozinho definitivamente, com a verba mais curta todo mês, era natural a tendência de eu mesmo limpar a casa onde morava, cozinhar minha própria comida e remendar minhas próprias roupas.

Hoje, depois de constituída uma nova família, numa casa com dois homens adultos, também não temos doméstica. E não me sinto menos digno ou inferior por passar um pano no chão ou por esfregar uma privada.Privada aliás que onde eu mesmo mijo.  Me sentiria menos digno se ficasse no twitter fazendo piadas sem graça com a Daniela Mercury (um beijo, Rafinha Bastos!).

E principalmente: comemoro quando são aprovadas leis que tornam a sociedade um pouquinho mais igualitária... As conquistas de alguns é sim, a conquista de todos!

Joelma e a revelação dos preconceitos

Joelma: Muitos preconceitos revelados
Às vezes eu me esforço para crer no futuro da humanidade, na compaixão entre as pessoas. Mas muitas vezes penso que sou apenas utópico.

E as atuais situações, fazem ainda mais com que eu tenda a perder minha fé. Confesso que fico assustado com as reações que o “caso Joelma” tem despertado nas pessoas. 

Tenho lido/visto/ouvido muitas coisas que me fazem crer que as pessoas não tem noção das coisas que soltam pelos ares, pelas redes sociais, pelos corredores, nos transportes públicos, em todos os lugares. 

É obvio que o que a cantora falou, foi uma barbaridade. Mas não adianta ficar propagando por aí que a Joelma faz música ruim, que droga é a música do Calypso, que ela é brega, que a Joelma isso, que a Joelma aquilo... Eu entendo que no calor dos momentos, com ânimos exaltados, podemos falar coisas sem pensar e talvez revelar pequenos detalhes que o que realmente queremos é esconder. Do mundo e de nós mesmos.

Atitudes assim nada mais são do que a reprodução do pensamento elitista que assola nosso querido e miscigenado país, onde o que eu gosto é bom, é culto, é chique é importante. O que é diferente do meu gosto pessoal é lixo, é pobre, é coisa de gente burra e sem estudo. Isso, nada mais é do que intolerância. 

Sim queridos amigos! Exatamente o mesmo motivo pelo qual todos tem criticado a pobre Joelma. Então, não adianta nada atacar a mulher, se valendo das mesmas armas que ela. Ou será que a história do “chumbo trocado não dói” é verdade? 

Ok, vamos criticar a postura homofóbica e preconceituosa dela, mas não vamos falar que a música dela é lixo, só porque não gostamos. Intolerância é sempre intolerância. Seja ela da cantora/pessoa física contra os gays, mas também da “classe média/alta culta e esclarecida” contra a cantora de música popular.


Pra começar - A origem

Pra começar alguma coisa, é sempre bom irmos para o início. Por que eu decidi abrir esse blog? Por um motivo bem simples. Eu percebi que minhas vagas reflexões estavam tomando uma proporção grande demais (em termos de tamanho mesmo...) e meus desabafos estavam ficando meio exagerados para virarem postagens do Facebook.

Então, graças à liberdade internética, que permite que qualquer Zé Mané, como eu, possa abrir um blog pra falar qualquer bobagem, cá estou eu.

Eu, sinceramente, duvido que o blog terá muitos leitores. Duvido até que ele tenha algum leitor. Ele vai ser mais para mim mesmo. Uma egotrip reflexiva, de um cara que quer falar sobre o que lhe passa na cabeça, e ao invés de alugar os ouvidos dos amigos com bobagens, decidiu jogar tudo na rede mundial de computadores, que é um território sem dono. Um diário virtual, cheio de divagações que talvez só façam sentido pra mim. 

Mas todos que quiserem saber o que passa na cabeça dessa criatura estranha que vos fala, serão muito bem vindos!

E também, se quiserem comentar, fiquem a vontade, afinal estamos no espaço onde todos tem voz. Mas como a Casa é minha, me reservo o direito de ser despótico, e deixar só o que me agrada...rsrs

Agora a Casa do Raio está aberta e todos são convidados a entrar e se sentir à vontade!

Que Exu abra os caminhos das mentes e dos passos!
Laroiê!
Guardião que peguei emprestado
do Jorge Amado

Vale lembrar que se alguém se interessar pela faceta jornalista desse que vos fala, o outro blog (um pouquinho mais sério) também está com as portas abertas:

http://felipecandido.blogspot.com

Um beijo a todos e divirtam-se (ou não)!
Felipe Candido