segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A fantástica arte de não saber se comportar em shows

2014 começando com tudo!
Eba! Primeiro post da Casa em 2014, e já começando com muito mau-humor! rsrsrs

Esse começo de ano já está movimentado em minha vida “baladeira” vamos assim dizer... 

Quem me conhece, sabe que minhas baladas se resumem a shows do SESC, com horário para começar e terminar. Sempre sabendo que, no máximo, às 23h00 já estarei a caminho de casa, onde minha cama quentinha estará a minha espera! 

E nesses poucos dias que janeiro contabiliza, já pude estar em dois shows de grandes nomes da música brasileira. E os dois, coincidentemente foram no mesmo palco. O SESC Pinheiros foi o lugar, e os shows foram de Arlindo Cruz e Lenine.

Dois artistas importantes, com carreiras consolidadas, perfis de público completamente diferentes, mas uma coisa em comum: O público sem educação!

E, é claro, que isso não é culpa dos artistas. Acredito que seja mais uma tendência da contemporaneidade (palavra chique, né?), já que isso se repete nos mais variados programas em que se reúnem mais de três pessoas. 

Exatamente as mesmas coisas acontecem em shows, peças de teatro, espetáculos de dança, quem sabe até na missa... Eu vejo mais em shows, afinal são os que mais frequento. Faz tempo que não vou à missa!

E a tecnologia é uma grande aliada e cúmplice na falta de educação do público. Sem ela muitos desses comportamentos desagradáveis, certamente não aconteceriam.

Mas o que fazem esses fãs? Como sobrevivem com seus hábitos desagradáveis? Por que incomodam tanto quem está em volta? Saiba sexta, no Globo Repórter!

Mentira! Eu mesmo (às vezes conhecido por Garoto Enxaqueca, devido ao meu 'bom humor' constante) fiz uma listinha com as coisas que tenho percebido nos últimos programas “culturais” que fiz:

- Gritos histéricos e sexualmente explícitos

Toda a sensualidade de Arlindo Cruz.
100% Sexy
Não importa em qual show você está. Pode ser do Justin Timberlake, do Chico Buarque, ou do Arlindo Cruz... Tanto faz! Lá estarão elas. As fãs que a cada intervalo de música soltam os estridentes gritos de “Lindo!”, “Gostoso!”, “Maravilhoso!”, "Tesudo!" "Oh, lá em casa!"... Por quê? Eu me pergunto. Pro Arlindo Cruz? Ok, ele pode ser muito carismático, mas “Gostoso” não é o melhor adjetivo para classificar o sambista. Então, fica a dica: se você não tiver no máximo 15 anos e não estiver no show da sua Boy Band favorita, simplesmente NÃO há motivos para soltar esses gritos em shows.



- Luzes de Smartphones

Assim que me sinto quando alguém mexe no celular
do meu lado em um show
A pessoa paga pelo ingresso pra ver o cara. Ela  está lá. Ou seja, se dispôs a sair de casa, se arrumou, pegou trânsito, transporte público lotado, e os carambas. Subentende-se que gosta do artista que vai se apresentar, certo? Pois bem, a pessoa chega lá e quando o show começa, o que ela faz? Saca seu smartphone da bolsa (bolso, chapéu, qualquer outro buraco) e fica fazendo o que? Qualquer coisa, menos prestar atenção no palco. Ela conversa com azamigue no whatsapp, checa Facebook, curte foto no Instagram, caça no Grindr e afins, joga Candy Crush e sei mais lá o que... E o artista, coitado, acha que tá abafando, e o público nem atenção tá prestando. Então por que vai, né? Pra ver email, faz em casa. Lá, pelo menos, a luzinha não vai ficar na cara e incomodando quem tá do seu lado.

- Toca aquela

Por que essas pessoas que insistem em ficar gritando nomes de música nos shows? Não é difícil entender que os shows têm um roteiro pré-estabelecido, que configuram o projeto atual do artista. O repertório é pensado, amarrado, com as canções interligadas. E já está pronto! Além disso, o show passou por um processo de ensaios, para se adaptar a configuração sonora que a banda está no momento. Então, não adianta ficar gritando “Toca aquela”, no meio do show porque, se ela não estiver no repertório, muito dificilmente o artista vai abrir uma exceção só pra atender o desejo narcisista de um ou outro fã chato na platéia. E provavelmente é aquele mesmo que há 5 minutos tava lendo o email no celular. E se você só foi ao show pra ouvir aquela música que tocava na novela, e é o maior sucesso do artista, fique tranquilo, que nem que seja no bis, ele vai cantar...


Se a luz do show não é suficiente,
leve um farol de milha!
- Filmes, fotos, flashs, luzes, e o escambal

É impressionante a quantidade de pessoas que ficam o SHOW TO-DO fotografando, filmando, botando a foto nas redes sociais... Não vou falar que eu mesmo não tiro fotos. É claro que tiro, mas não fico o tempo inteiro fazendo isso. Eu geralmente deixo pra fazer no bis... Mas o mais legal é quando acontece o que aconteceu comigo no show do Lenine. Uma senhora muito distinta (pra não usar outro adjetivo) que estava sentada atrás de mim decidiu filmar uma canção inteira, no momento mais intimista do show, com uma luz baixa no palco, quase penumbra. Só que ela acendeu um flash que parecia iluminação de estádio de futebol!! Eu não resisti e fiz um lindo passarinho de sombra com as mãos na cara do Lenine, pra ver se a sonsa se ligava que tava atrapalhando... Mas não! Ela insistiu até o final da música. E outra: dessas muitas e muitas pessoas que filmam o show inteiro, quantas assistem a gravação depois? E quantas vezes? Duvido que a resposta para essas duas perguntas seja um número grande... Então, pra que deixar de prestar atenção no show pra filmar, sendo que você nem vai assistir depois?
Aliás, Lenine, se você ler esse texto, foi mal pelo passarinho, mas foi irresistível...  :( 

Isso tudo sem falar nas comilanças, conversinhas, excesso de perfume (isso é realmente grave, principalmente se o perfume for doce...), falta de noção e respeito total.

Realmente queria saber o que ocorre com esse povo que parece que está desaprendendo a conviver na coletividade. Afinal, a pessoa tem todo o direito de fazer todas essas coisas que o chato aqui relacionou aí em cima, desde que não atrapalhe quem tá do lado, né? Será que teremos um dia em que os shows serão transmitidos através de wi-fi direto nos nossos fones de ouvido de smartphones ou tablets? Quem sabe assim, no isolamento, as pessoas voltem a ser mais educadas, não é?

Ou então, acho que vou publicar um ‘Manual de boas maneiras e comportamento em locais públicos’... Quem sabe não faço uma graninha com isso? Talvez ninguém leia, mas pode ser um Best-seller!